Belo Horizonte caminha mais uma vez em defesa da Educação

Yolanda Assunção

 

Segunda onda de protestos contra a Reforma da Previdência e em defesa do financiamento da educação movimenta várias categorias de Belo Horizonte e continua a mobilização para a Greve Geral prevista para Junho.

A educação mais uma vez ocupou as ruas de todo o país para lutar pelos recursos para o setor e pela aposentadoria. O dia 30 de maio ficou marcado pela segunda onda de protestos da educação contra os atos do governo Bolsonaro que afetam diretamente o dia a dia das escolas, universidades e centros de pesquisa. Em Belo Horizonte a mobilização esteve na rua durante todo o dia com diversas atividades. Pesquisadores da UFMG realizaram durante toda a manhã e parte da tarde uma mostra de pesquisas na Praça Afonso Arinos, importante lugar de mobilização política na área central da cidade.

Foto: Yolanda Assunção

No fim da tarde, mais pesquisadores, professores, estudantes e servidores Técnico- administrativos em Educação da educação básica e superior e outros grupos se reuniram na mesma praça para dar inicio ao 2º Grande Ato em Defesa da Educação e Contra a Reforma da Previdência na capital mineira.  A presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), professora Valéria Morato, destacou a importância de se estar nas ruas para garantir o direito à educação e barrar as mudanças previstas para a aposentadoria, que prejudicam e afetam a qualidade de vida dos trabalhadores. “Não sairemos das ruas até que esses cortes na educação sejam revistos e revertidos e que a reforma da previdência seja tirada de pauta” afirmou.

Dentre os manifestantes, estudantes da educação básica engrossaram o coro em defesa da educação, tanto pensando em seus lugares atuais, na escola, quanto nas universidades que almejam ingressar no futuro. Darlan Coelho Barbosa, aluno do 1º ano do Ensino Médio em Belo Horizonte, junto a colegas da Escola Estadual Olegário Maciel se uniram à manifestação, pelo direito à educação em todos os níveis. Para o estudante é importante que ele mesmo se represente, “não quero que ninguém faça isso por mim. E assim no futuro posso ter orgulho de ter feito parte disso”. Também estudantes da Rede Federal de Educação Tecnológica participaram da mobilização. Lara Cristina Duarte Costa, do primeiro ano do Curso de Informática do Instituto Federal de Minas Gerais no Campus São João Evangelista, na região do Vale do Rio Doce em Minas, foi para as ruas depois de pesquisar sobre os impactos dos cortes. “Os cortes não podem ser feitos na educação. A Educação é uma coisa que dá certo, ainda mais nos Institutos Federais. Tem que investir mais em pesquisas, laboratórios e escolas”, afirmou a jovem que participou do ato ao lado de alunos de vários Institutos Federais e do CEFET-MG.

Alunos da Universidade do Estado de Minas Gerais também estiveram presentes na manifestação. Eles destacaram não só a forma como os cortes federais afetam a pesquisa na instituição, mas também denunciaram o sucateamento da instituição por causa da progressiva redução do repasse de verbas por parte do Governo de Minas Gerias nos últimos anos. João Vitor é aluno de Pedagogia da UEMG e fala da importância da Universidade para o estado. “Se a UEMG fechar, muitos sonhos vão morrer. Muitas pessoas não vão conseguir realizar o sonho de fazer o Ensino Superior”, relatou.

Um grupo de pós-graduandos também se mobilizou para ocupar as ruas nesta quinta feira. Dentre os mestrandos e doutorandos da UFMG, uma das maiores preocupações demonstradas foi à interrupção de pesquisas e serviços realizados junto à população. Ana Paula Brasileiro, pós-graduanda em odontologia na UFMG e integrante da Associação de Pós Graduandos da instituição relatou que se o governo federal não reestabelecer o orçamento anterior, os pacientes tratados pelos estudantes e pesquisadores na universidade ficarão sem atendimento já no próximo semestre. “É uma obrigação esclarecer para a comunidade todo o serviço prestado pela UFMG dentro e fora dos campos. Na Odontologia temos uma demanda muito grande em diversas áreas, por exemplo, fazemos atendimentos de prótese facial, de transplantados de medula óssea, e outros, tudo feito de forma gratuita. É importante que a comunidade defenda isso, porque é deles, eles pagam por isso. A universidade é pública e é por isso que não tem custo nos tratamentos” lembra a pesquisadora.

Outras categorias se uniram às manifestações. Estiveram presentes representantes dos correios, dos metalúrgicos, dos petroleiros, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entre outros, além de grupos, movimentos e pessoas que se mobilizam em defesa da democracia e da educação. Os irmãos Angélica e Geraldo Magela, estiveram presentes para manifestação para deixar seu apoio. “Nós não podemos aceitar o desmonte das políticas públicas. A educação é fundamental para que as pessoas desenvolvam. Eu me lembro da expansão das universidades e escolas técnicas nos governos Luna e Dilma, com os pobres tendo acesso à educação. Aliás, hoje o grande sonho das famílias pobres é ter um filho na universidade. Então querem acabar com esse sonho e nós não vamos aceitar. Estamos na rua por causa disso” declarou.

A manifestação circulou em ruas de Belo Horizonte e encerrou na Praça da Estação, onde foi realizada uma atividade artística cultural com grupos da Capital ligados à universidade e à mobilização social.


Imagem de destaque: Thiago Rosado

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