A violência do extermínio e o medo como forma de educar

Editorial do jornal Pensar a Educação em Pauta nº189

Muito já se disse aqui e em muito outros lugares que, no Brasil, de forma sistemática, institucionalizada e, por que não, legalizada, a violência e o medo têm sido utilizados como forma de educação das camadas mais pobres da população. No entanto, é muito evidente que, neste momento, já ultrapassamos os limites da educação pela violência e adentramos o terreno do extermínio, sobretudo das lideranças dos movimentos sociais do campo e da cidade.

Vários organismos nacionais e internacionais têm, de forma sistemática, denunciado o Brasil como um dos lugares em que mais se mata lideranças de trabalhadores sem terra, indígenas, quilombolas e dos diversos movimentos sociais urbanos. O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL e do motorista Anderson Pedro Gomes, é tristemente mais um destes casos a engrossar as estatísticas e estarrecer a opinião pública nacional e internacional.

A leniência e, mesmo, a conivência das instituições policiais e judiciárias com os crescentes assassinatos políticos no Brasil, é uma das grandes causas do aumento desse tipo de homicídio.

Infelizmente cai, mais uma vez, sob as armas do crime organizado – o qual, como se sabe, tem intensas e expressivas articulações com as forças de segurança – e sob a desfaçatez das autoridades brasileiras, uma jovem e expressiva liderança popular. Liderança que ousou sonhar com uma cidade, um estado, um país, sem violência policial, respeitosos dos direitos humanos e mais igualitário.

Não bastasse a atrocidade cometida no Rio de Janeiro, a manifestação de professores(as) em São Paulo foi, mais uma vez, uma lição de como as forças militares do Estado brasileiro lidam com as manifestações dos(as) trabalhadores(as): a sanha violenta da polícia. A profusão de sangue dos professores testemunha a educação pela violência e pela imposição do medo.

No Brasil ceifa-se cotidianamente a vida de jovens que ousam pensar num país diferente. Abate-se nossas melhores lideranças e busca enterrar qualquer tentativa de fazer, deste, um país mais igualitário e democrático. Busca-se continuamente calar os professores e impor-lhes o medo. Há, pois, aqui, uma guerra contra o estado de direito, contra as manifestações contrárias aos projetos de nossas obscuras e autoritárias elites, contra a vida, enfim.

Estamos de luto, mas isso não basta! É preciso que reajamos! É preciso continuar lutando contra a violência e contra o medo! É preciso continuar educando para a democracia, os direitos humanos e pelo Estado de Direito. Essa é uma resposta necessária e fundamental para os que aviltam os nossos direitos e tentam nos aniquilar!

Imagem de destaque: Clara Novais/CLAUDIA/reprodução

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A violência do extermínio e o medo como forma de educar.

Muito já se disse aqui e em muito outros lugares que, no Brasil, de forma sistemática, institucionalizada e, por que não, legalizada, a violência e o medo têm sido utilizados como forma de educação das camadas mais pobres da população. No entanto, é muito evidente que, neste momento, já ultrapassamos os limites da educação pela violência e adentramos o terreno do extermínio, sobretudo das lideranças dos movimentos sociais do campo e da cidade.

Vários organismos nacionais e internacionais têm, de forma sistemática, denunciado o Brasil como um dos lugares em que mais se mata lideranças de trabalhadores sem terra, indígenas, quilombolas e dos diversos movimentos sociais urbanos. O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL e do motorista Anderson Pedro Gomes, é tristemente mais um destes casos a engrossar as estatísticas e estarrecer a opinião pública nacional e internacional.

A leniência e, mesmo, a conivência das instituições policiais e judiciárias com os crescentes assassinatos políticos no Brasil, é uma das grandes causas do aumento desse tipo de homicídio.

Infelizmente cai, mais uma vez, sob as armas do crime organizado – o qual, como se sabe, tem intensas e expressivas articulações com as forças de segurança – e sob a desfaçatez das autoridades brasileiras, uma jovem e expressiva liderança popular. Liderança que ousou sonhar com uma cidade, um estado, um país, sem violência policial, respeitosos dos direitos humanos e mais igualitário.

Não bastasse a atrocidade cometida no Rio de Janeiro, a manifestação de professores(as) em São Paulo foi, mais uma vez, uma lição de como as forças militares do Estado brasileiro lidam com as manifestações dos(as) trabalhadores(as): a sanha violenta da polícia. A profusão de sangue dos professores testemunha a educação pela violência e pela imposição do medo.

No Brasil ceifa-se cotidianamente a vida de jovens que ousam pensar num país diferente. Abate-se nossas melhores lideranças e busca enterrar qualquer tentativa de fazer, deste, um país mais igualitário e democrático. Busca-se continuamente calar os professores e impor-lhes o medo. Há, pois, aqui, uma guerra contra o estado de direito, contra as manifestações contrárias aos projetos de nossas obscuras e autoritárias elites, contra a vida, enfim.

Estamos de luto, mas isso não basta! É preciso que reajamos! É preciso continuar lutando contra a violência e contra o medo! É preciso continuar educando para a democracia, os direitos humanos e pelo Estado de Direito. Essa é uma resposta necessária e fundamental para os que aviltam os nossos direitos e tentam nos aniquilar!

Imagem de destaque: Clara Novais/CLAUDIA/reprodução

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