A educação dos jovens no Brasil: alguns desafios para 2019

Roberto Rafael Dias da Silva

 

Dentre os inúmeros desafios a serem enfrentados para nossa sociedade, no decorrer deste ano, a educação segue ocupando um lugar privilegiado, sobretudo aquela dedicada aos nossos jovens. Como é de nosso conhecimento, não resta dúvidas de que desempenho escolar e potencial de inovação são demandas urgentes para nossos sistemas de ensino. Todavia, ao longo deste breve texto, poderíamos acrescentar alguns desafios – talvez mais básicos e, por isso, incontornáveis – para realizarmos a composição de nossa agenda educativa, especialmente em um momento de transição (bastante turbulenta e pouco esclarecedora) de governo.

O primeiro desafio diz respeito ao reconhecimento da pluralidade de demandas juvenis na composição de nossas políticas de Ensino Médio. A escolha de itinerários formativos, a despeito de sua possível importância, é insuficiente para a compreensão das complexas demandas derivadas das juventudes contemporâneas. Políticas de escuta e o reconhecimento dos jovens como interlocutores privilegiados precisariam ser agenciadas nas práticas escolares da atualidade.

O combate às desigualdades educacionais poderia ser considerado como o segundo desafio para a educação dos jovens brasileiros. A diversificação das práticas pedagógicas, coadunadas aos variados dispositivos tecnológicos hodiernos, poderia ser mantida como uma meta importante. A melhoria das condições de acesso, permanência e aprendizagem na escola segue como um indispensável componente para a qualidade da educação; todavia, acrescentamos que sua importância deriva-se da necessidade de ampliação das capacidades e do repertório cultural de nossos jovens.

O terceiro desafio vincula-se a uma defesa do conhecimento, posicionado enquanto um lugar privilegiado no delineamento de novos perfis formativos. Precisamos desenhar novos currículos – mais sintonizados com as demandas do século XXI – porém, não significa abdicar das tradições de pensamento que nos trouxeram até aqui. No que tange à escolarização juvenil, a fragilidade de conhecimento pode ter dois efeitos diferenciados, quais sejam: a) na educação básica, pode promover uma intensificação das desigualdades no acesso a novas formas de aprendizagem; b) no ensino superior, pode conduzir a uma incapacidade para enfrentar os dilemas profissionais devido a ausência de repertório.

No que tange à educação dos jovens brasileiros, no decorrer desta breve reflexão apresentamos três desafios para o planejamento e a implementação de políticas destinadas a estes atores. O reconhecimento da pluralidade de demandas juvenis, o (ainda) necessário combate às desigualdades educacionais e a centralidade do conhecimento para o desenvolvimento de novos perfis formativos serão os temas que desenvolverei em minhas colunas mensais no Pensar a Educação no decorrer deste ano. É tarefa fundamental deste tempo o redesenho curricular de nossas instituições; porém, recomendamos prudência para reconhecer que as complexidades do século XXI não cabem em nossas pranchetas!


Imagem de destaque: Angelina Litvin/ Unspash

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