300 edições com fôlego de criança

Aline Regina Gomes
Comitê Editorial do Coletivo Geral Infâncias

Há três meses, o Coletivo Geral Infâncias completou dois anos de existência. Durante este período, estivemos com pessoas e grupos que trabalham em diversas áreas voltadas para a infância, nos encontrando em diferentes espaços de Belo Horizonte e região. Neste ano em que nos desafiamos a repensar as formas de nos relacionarmos enquanto coletivo vivo pelos cantos da cidade, o Jornal Pensar a Educação Pensar o Brasil abriu suas páginas da web para que, por meio delas, pudéssemos continuar falando, pensando e criando a partir dos nossos olhares para infâncias. Nesta edição, celebramos juntos a edição 300, resultado de um esforço comum de comunicar e levar informação de qualidade para os leitores Brasil afora.

Nossa experiência como Coletivo tem sido permeada pelas dificuldades de se organizar de forma independente e de nos manter mobilizados em torno de um trabalho continuado. A colaboração construída com a equipe do Pensar é exemplo do comprometimento de um grupo dedicado a estar junto, somar e se alegrar com as trocas e os aprendizados com o diferente. A relação entre o Pensar e o Coletivo Geral Infâncias hoje dá sentido à palavra parceria: cada uma das partes vê no outro a possibilidade de ser mais, reconhecendo a incompletude de si.

Embora planejada há um tempo, essa parceria foi logo atravessada pela pandemia do coronavírus, em março deste ano. Diante da euforia e de um certo imobilismo causado pela surpresa da crise em que o país se envolvia, nós fomos acolhidos em um espaço no qual poderíamos refletir coletivamente sobre como as infâncias estavam sendo abaladas por tal evento único. Foi assim que começamos a contribuir com a coluna “Em casa”, pensada a princípio para tratar do desafio de lidar com o isolamento social, que mais tarde tornou a coluna “Infâncias em pauta”, a fim de demarcar a importância dessa categoria para se pensar a educação de modo mais amplo em nosso país.

As publicações periódicas do Coletivo neste rico canal de comunicação realiza um dos objetivos para o qual nos formamos enquanto grupo: dar visibilidade às crianças, discutir suas pautas, pensar nossa relação de adultos com elas e trazer seus pontos de vista com focos ora mais amplos ora dentro de suas inúmeras especificidades. E é com alegria que fomos bem recebidos não somente pela equipe do Pensar, mas também por uma potente rede de afetos mobilizada nos últimos dois anos em torno da pauta da infância e que tem contribuído com bons números de leituras e visualizações para o Jornal.

Essa parceria, bem como o esforço plural do trabalho produzido pelo Jornal, não se limitou às publicações semanais. Não podemos deixar de destacar a realização do “Seminário 30 anos do ECA: entre a ficção e a ação”, em agosto deste ano, que somou à nossa parceria os estudantes da Linha de pesquisa “Infância e Educação Infantil” (FaE/UFMG) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil (NEPEI). Graças ao apoio da equipe, conseguimos sustentar uma programação ainda mais qualificada e em sintonia com múltiplos canais de comunicação, com a participação especial no programa da Rádio UFMG Educativa, um bate papo no canal do YouTube e os Podcasts nas plataformas de streaming.

A palavra Geral em nosso sobrenome não possui função complementar: queremos convidar todas e todos a trazer a pauta da infância para os mais diversos contextos de nossas vidas, de luta e resistência, por condições mais dignas de vida para as crianças. Entendemos nossos escritos periódicos no Pensar como um dos exercícios significativos da busca de nossa identidade, das nossas autorias e possibilidades de ser um coletivo. Por essa razão, aproveitamos a oportunidade para agradecer o Jornal pela acolhida e parabenizar quem por aqui passou e quem segue trabalhando com fôlego de criança para chegar ao número 300 com qualidade, comprometimento e transparência.


Imagem de destaque:  Wayne Lee-Sing / Unsplash

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