Os golpes na educação básica

Há muito tempo, muito se fala da importância da educação básica. No entanto, não há época em nossa história que não faça um diagnóstico muito negativo sobre a educação que efetivamente temos e/ou oferecemos às novas gerações. Apesar de bastante alardeada, a educação básica jamais esteve no centro dos projetos de país que nossas elites acalentaram e puserem em marcha. 

É importante lembrar isso a propósito dos tempos sombrios em que vivemos. Por mais que se fale em centralidade e importância da educação para o desenvolvimento nacional, as políticas postas em ação vão em direção contrária ao que se prega. Não bastasse a emenda constitucional que congela os investimentos públicos por 20 anos e a reforma do ensino médio que empobrece a formação e institui um sistema educacional dualista entre nós, as reformas em curso – terceirização das atividades fins, previdenciária e trabalhista – agravam as desigualdades no país e aumentam as dificuldades da população mais pobre usufruir de uma educação de qualidade. 

Nesse contexto, não é por acaso que ouvimos a cada dia as notícias de que as(os) professoras(es) da escola básica de todo o país estão em greve ou se preparando para paralisar as atividades docentes, ainda que o tema não apareça na chamada grande mídia.  O que se percebe é que, tanto quanto a crise política e econômica atual, as péssimas perspectivas de futuro dentro da carreira docente mobilizam as(os) docentes em todo o Brasil. 

Não apenas o presente é sombrio quando as(os) professores perdem as perspectivas de um futuro melhor.  Como sabemos, toda educação é uma aposta cujos resultados nunca temos a certeza. Mas a aposta num futuro melhor está no coração do ato educativo e no engajamento das(os) professores.  Assim, para cada indivíduo que chega ao mundo e para o conjunto da sociedade, é péssimo quando as(os) professoras(es) perdem a capacidade ou a vontade de apostar na positividade do ato educativo porque vêm comprometidos os seus presente e  futuro profissionais e, portanto, o próprio sentido da ação educativa.  

A capacidade de destruição das políticas em curso vai muito além, portanto, de seu impacto imediato. Contra isso, urge uma ação coletiva e societária, sob pena de não encontramos sujeitos dispostos a, dos escombros da crise, resgatarem a escola.  E, o pior, é que esse não é um vaticínio lançado a um longínquo futuro, mas de experiências vividas por milhares de professores no cotidiano das escolas brasileiras todos os dias. 

Somente com a ação organizada e articulada de todos os setores que defendem mais igualdade e justiça social é possível por limites à ação nefasta e destrutiva da quadrilha que tomou de assalto o Estado brasileiro. Mais uma vez, cabe aos mais diversos movimentos sociais e sindicais, educar o educador e mostrar que ainda vale a pena apostar que este estado de coisas vai passar. Na ausência disso, não nos enganemos, viveremos tempos cada vez mais sombrios e em que a barbárie imperará. 

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Os golpes na educação básica

Greve Nacional da Educação

[Editorial do jornal Pensar a Educação em Pauta]

Há muito tempo, muito se fala da importância da educação básica. No entanto, não há época em nossa história que não faça um diagnóstico muito negativo sobre a educação que efetivamente temos e/ou oferecemos às novas gerações. Apesar de bastante alardeada, a educação básica jamais esteve no centro dos projetos de país que nossas elites acalentaram e puserem em marcha. 

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