Obscuros Horizontes

Editorial do Jornal Pensar a Educação em Pauta Nº 177.

A Prefeitura de Belo Horizonte cedeu à pressão de obscurantistas vereadores cristãos e publicou decreto em que retira da Secretaria da Educação a atribuição de estabelecer diretrizes, políticas e práticas relativas à diversidade sexual e de gênero nas escolas do município. Como já se sabe, a construção do acordo que levou o prefeito Alexandre Kalil a assinar o decreto com tal finalidade passou pela pressão exercida pela bancada de vereadores que se autointitulam cristãos e que tem se notabilizado  pela defesa de valores e comportamentos  homofóbicos e contrários às políticas de reconhecimento das diversidades que nos constituem.

É essa mesma bancada que tem, sistematicamente, proposto a adoção, em Belo Horizonte, do projeto ideológico de direita que se auto denomina “Escola Sem Partido”, cujo teor vai na mesma direção do decreto agora assinado pelo prefeito belorizontino. Nesse sentido, a proposta acolhida pela prefeitura e transformada em legislação por Alexandre Kalil é parte da investida conservadora e autoritária defendida por grupos violentos como o MBL e “lideranças” como Alexandre Frota.

A adesão da prefeitura de Belo Horizonte a essas perspectivas obscuras não apenas aproxima a administração de nossa cidade, aí incluída a educação, mas não apenas ela, dos mais perversos e violentos grupos políticos da atualidade, mas também quebra uma tradição que se vinha construindo de uma educação que reconhecia e apoiava as diversidades que nos constituem e que as incluía dentre as diretrizes, políticas e ações da Secretaria Municipal de Educação. Tal tradição, apesar de mitigada no governo gerencialista de Márcio Lacerda, não fora abandonada como impõe, agora, o decreto do prefeito atual.

O que está ocorrendo em Belo Horizonte é triste e desolador para todos(as) que defendem uma escola inclusiva, diversa e de qualidade. Não é possível, todos sabemos, fazer uma escola de qualidade evitando, esquecendo ou apagando as diversidades, todas elas, que nos constituem e que colorem a cidade e as escolas, a despeito do que pensam e defendem os obscurantistas de plantão.

E o que é ruim pode ficar muito pior: nada garante que as novas diretrizes estabelecidas pelo decreto em questão impactarão apenas as escolas e as salas de aula.  Muito pelo contrário, o que se espera é que o conjunto da administração municipal se alinhe a ele. Aí se incluem, obviamente, as relações com os movimentos sociais e com as demais instituições, como as universidades e centros de pesquisa, que mantém parcerias com a Prefeitura.

Felizmente dos vários cantos da cidade ecoam vozes contrárias ao obscurantismo da PBH e da bancada de vereadores que defende as diretrizes do decreto. A começar pela própria Câmara Municipal, onde vários vereadores e vereadoras têm reagido energicamente à posição do prefeito, passando pelos movimentos sociais que atuam na cena da cidade até chegar aos grupos de pesquisa, todos são unânimes em condenar a nova postura da PBH. É isso mesmo que se espera das forças democráticas com as quais se alinha o projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil – 1822/2022. Que o prefeito Kalil e aqueles e aquelas que com ele trabalham no campo da educação reconheçam o equívoco cometido, revoguem o decreto 16.717 e nos devolvam nossos Belos Horizontes!!

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Obscuros Horizontes

A Prefeitura de Belo Horizonte cedeu à pressão de obscurantistas vereadores cristãos e publicou decreto em que retira da Secretaria da Educação a atribuição de estabelecer diretrizes, políticas e práticas relativas à diversidade sexual e de gênero nas escolas do município. Como já se sabe, a construção do acordo que levou o prefeito Alexandre Kalil a assinar o decreto com tal finalidade passou pela pressão exercida pela bancada de vereadores que se autointitulam cristãos e que tem se notabilizado  pela defesa de valores e comportamentos  homofóbicos e contrários às políticas de reconhecimento das diversidades que nos constituem.

É essa mesma bancada que tem, sistematicamente, proposto a adoção, em Belo Horizonte, do projeto ideológico de direita que se auto denomina “Escola Sem Partido”, cujo teor vai na mesma direção do decreto agora assinado pelo prefeito belorizontino. Nesse sentido, a proposta acolhida pela prefeitura e transformada em legislação por Alexandre Kalil é parte da investida conservadora e autoritária defendida por grupos violentos como o MBL e “lideranças” como Alexandre Frota.

A adesão da prefeitura de Belo Horizonte a essas perspectivas obscuras não apenas aproxima a administração de nossa cidade, aí incluída a educação, mas não apenas ela, dos mais perversos e violentos grupos políticos da atualidade, mas também quebra uma tradição que se vinha construindo de uma educação que reconhecia e apoiava as diversidades que nos constituem e que as incluía dentre as diretrizes, políticas e ações da Secretaria Municipal de Educação. Tal tradição, apesar de mitigada no governo gerencialista de Márcio Lacerda, não fora abandonada como impõe, agora, o decreto do prefeito atual.

O que está ocorrendo em Belo Horizonte é triste e desolador para todos(as) que defendem uma escola inclusiva, diversa e de qualidade. Não é possível, todos sabemos, fazer uma escola de qualidade evitando, esquecendo ou apagando as diversidades, todas elas, que nos constituem e que colorem a cidade e as escolas, a despeito do que pensam e defendem os obscurantistas de plantão.

E o que é ruim pode ficar muito pior: nada garante que as novas diretrizes estabelecidas pelo decreto em questão impactarão apenas as escolas e as salas de aula.  Muito pelo contrário, o que se espera é que o conjunto da administração municipal se alinhe a ele. Aí se incluem, obviamente, as relações com os movimentos sociais e com as demais instituições, como as universidades e centros de pesquisa, que mantém parcerias com a Prefeitura.

Felizmente dos vários cantos da cidade ecoam vozes contrárias ao obscurantismo da PBH e da bancada de vereadores que defende as diretrizes do decreto. A começar pela própria Câmara Municipal, onde vários vereadores e vereadoras têm reagido energicamente à posição do prefeito, passando pelos movimentos sociais que atuam na cena da cidade até chegar aos grupos de pesquisa, todos são unânimes em condenar a nova postura da PBH. É isso mesmo que se espera das forças democráticas com as quais se alinha o projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil – 1822/2022. Que o prefeito Kalil e aqueles e aquelas que com ele trabalham no campo da educação reconheçam o equívoco cometido, revoguem o decreto 16.717 e nos devolvam nossos Belos Horizontes!!

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