Educação, violência e destruição!

Nem em nossos piores pesadelos o ano de 2016 seria tão desastroso como tem sido para o conjunto da vida nacional. E, a considerar a eleição dos EUA e o que vem acontecendo em outras partes, para o mundo todo! No caso da educação, então, a situação beira à catástrofe. As ações violentas da polícia esta semana em Brasília é, de tudo isso, mais uma demonstração do que estamos enfrentando da força destruidora dos corpos e dos sonhos.

A ação dos grupos mais reacionários e daqueles que, na história recente do país, sempre mostraram pouco apreço pela escola pública de qualidade, se viu extraordinariamente reforçada pelo golpe jurídico-parlamentar que redundou no afastamento da Presidenta Dilma Rousseff e pela ascensão ao poder dos grupos políticos e empresariais alinhados com a defesa da superioridade da escola e da administração privadas em relação às públicas. Não por acaso, foram os notórios militantes contra as políticas públicas defendidas e postas em ação, no campo da educação, a partir de 2003, que assumiram a gestão do MEC.

As políticas adotadas nos últimos meses, da Educação Infantil à Pós Graduação, tentam operacionalizar propostas de educação muito pouco afeitas ao fortalecimento da democracia, ao reconhecimento e fortalecimento das diversidades e ao combate às desigualdades. De uma forma contundente, mais uma vez as políticas educacionais são capturadas pela lógica economicista mais rasteira na busca de justificar o atrelamento da escola à lógica do mercado e a formação ao estrito exercício do trabalho produtivo.

O discurso que afirma a centralidade da educação para a resolução de todos os nossos problemas – dos acidentes de trânsito à diminuição das desigualdades escolares – é intenso e potente, apesar de sua clara fragilidade quando analisado mais detidamente. Mas em tempos de política feita e conduzida pelas mídias, não há tempo nem espaço para análises mais aprofundadas! A cidadania é midiatizada e o espaço público, esvaziado da política, é ocupado pela polícia.

Nesse movimento, a lógica perversa dos grupos econômicos que se voltam para a educação e, ao mesmo tempo, incentivam a privatização dos bens públicos, aí incluída a própria escola, se alia à barbárie da violência policial. O combate às manifestações políticas e o investimento contra os corpos dos outros dão uma clara ideia de que os tempos de arbítrio e as ameaças ao Estado de Direito democrático estão na ordem do dia.

Quando a polícia e o judiciário cerceiam a ação política cidadã e, ao mesmo tempo, se dão o direito de fazer de suas ações modos de fortalecimento político de grupos que atuam contra os interesses da população e do país, não há mais democracia nem Estado de Direito democrático. E são essas ações, muito mais do que qualquer currículo, que explicitam muito claramente o horizonte educativo dos que assumiram o poder em Brasília e em boa parte do país.

Nesse contexto sobressai-se a necessidade de afirmação da ação política contra a ação da polícia. Se a barbárie é a força educativa dos grupos que estão no poder, a diversificação e o fortalecimento das ações e das vozes democráticas se colocam como um imperativo. A barbárie não é e não será parteira da democracia e a violência não pode ser autorizada como prática política! Se tivermos dúvidas em relação a isso, nem os mortos descansarão em paz!

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Educação, violência e destruição!

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[Editorial do jornal Pensar a Educação em Pauta]

Nem em nossos piores pesadelos o ano de 2016 seria tão desastroso como tem sido para o conjunto da vida nacional. E, a considerar a eleição dos EUA e o que vem acontecendo em outras partes, para o mundo todo! No caso da educação, então, a situação beira à catástrofe. As ações violentas da polícia esta semana em Brasília é, de tudo isso, mais uma demonstração do que estamos enfrentando da força destruidora dos corpos e dos sonhos.

A ação dos grupos mais reacionários e daqueles que, na história recente do país, sempre mostraram pouco apreço pela escola pública de qualidade, se viu extraordinariamente reforçada pelo golpe jurídico-parlamentar que redundou no afastamento da Presidenta Dilma Rousseff e pela ascensão ao poder dos grupos políticos e empresariais alinhados com a defesa da superioridade da escola e da administração privadas em relação às públicas. Não por acaso, foram os notórios militantes contra as políticas públicas defendidas e postas em ação, no campo da educação, a partir de 2003, que assumiram a gestão do MEC.

As políticas adotadas nos últimos meses, da Educação Infantil à Pós Graduação, tentam operacionalizar propostas de educação muito pouco afeitas ao fortalecimento da democracia, ao reconhecimento e fortalecimento das diversidades e ao combate às desigualdades. De uma forma contundente, mais uma vez as políticas educacionais são capturadas pela lógica economicista mais rasteira na busca de justificar o atrelamento da escola à lógica do mercado e a formação ao estrito exercício do trabalho produtivo.

O discurso que afirma a centralidade da educação para a resolução de todos os nossos problemas – dos acidentes de trânsito à diminuição das desigualdades escolares – é intenso e potente, apesar de sua clara fragilidade quando analisado mais detidamente. Mas em tempos de política feita e conduzida pelas mídias, não há tempo nem espaço para análises mais aprofundadas! A cidadania é midiatizada e o espaço público, esvaziado da política, é ocupado pela polícia.

Nesse movimento, a lógica perversa dos grupos econômicos que se voltam para a educação e, ao mesmo tempo, incentivam a privatização dos bens públicos, aí incluída a própria escola, se alia à barbárie da violência policial. O combate às manifestações políticas e o investimento contra os corpos dos outros dão uma clara ideia de que os tempos de arbítrio e as ameaças ao Estado de Direito democrático estão na ordem do dia.

Quando a polícia e o judiciário cerceiam a ação política cidadã e, ao mesmo tempo, se dão o direito de fazer de suas ações modos de fortalecimento político de grupos que atuam contra os interesses da população e do país, não há mais democracia nem Estado de Direito democrático. E são essas ações, muito mais do que qualquer currículo, que explicitam muito claramente o horizonte educativo dos que assumiram o poder em Brasília e em boa parte do país.

Nesse contexto sobressai-se a necessidade de afirmação da ação política contra a ação da polícia. Se a barbárie é a força educativa dos grupos que estão no poder, a diversificação e o fortalecimento das ações e das vozes democráticas se colocam como um imperativo. A barbárie não é e não será parteira da democracia e a violência não pode ser autorizada como prática política! Se tivermos dúvidas em relação a isso, nem os mortos descansarão em paz!

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