O dados do Ideb

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Por Luciano Mendes de Faria Filho

Perguntado, hoje, por um jornalista sobre as razões pelas quais o IDEB mineiro caiu do 2o. em 2005 para 11o, em 2015 (pelo que vi) no ensino médio, chamei a atenção para o fato de que das questões estruturais do ensino médio, nenhuma foi realmente focada nos últimos anos, notadamente as questões referente à carreira e salário dos(as) professores(as) e a respeito das condições de trabalho. Por outro lado, parece haver uma crescente insatisfação dos adolescentes e jovens com a escola, e esta faz cada vez menos sentido em seus projetos de vida.

Não podemos esquecer, numa outra vertente,  o esforço dos movimentos estudantis e de muito professores para reinventar a escola, e essa reinvenção talvez não caiba nos modos de aferição de qualidade estabelecidos para o IDEB. Por último uma hipótese: estaria o Ideb, com todos os seus problemas e limitações, sendo afetado também pelas recentes mudanças que afetaram as formas de entrada no ensino superior? Ou, dizendo de outra forma, um possível mal entendimento dessas novas formas de acesso ao ensino superior – SISU, Lei de Cotas etc – pelos jovens da escola público poderia estar desengajando-os ainda mais do ensino médio?

Como muito colegas, tenho mais perguntas do que respostas, mas não tenho dúvida de que não é possível fazer ensino médio (qualquer ensino, na verdade) de qualidade verdadeira sem carreira, salários e condições de trabalho dignas para os professores e melhores condições de vida para os jovens e suas famílias. Se não avançarmos nisso, mais uma vez e sempre, vamos culpabilizar a baixa formação dos professores, os currículos defasados ou muito amplos e os métodos de ensino pela baixa qualidade verificada na forma de índices os mais diversos. É mais fácil e barato reformar os mestres e os métodos, como defendia Rui Barbosa ainda no século XIX, do que enfrentar de fato as questões estruturais da educação.

Resumo dos dados aqui.

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