“As hienas estão rindo de que se o rei da savana é o leão”?

Alexandra Lima da Silva

A notícia de que o jogador de futebol brasileiro Vinícius Júnior não foi o vencedor do disputado prêmio internacional Bola de Ouro gerou muita revolta e comoção nas redes sociais brasileiras na semana final do mês de outubro. Para alguns, o brasileiro sofreu injustiça motivada por racismo. Para outros, o jogador brasileiro deveria se contentar com o segundo lugar, e não haveria racismo no prêmio Bola de Ouro, visto que em edições remotas, jogadores negros se consagraram vencedores. 

Ora, é público e notório que Vinícius Júnior vem sendo alvo de fortes manifestações racistas por parte de torcedores europeus.

A diferença de outros,  o jogador Vinícius Júnior ousou romper o silêncio. Ele se levantou e gritou, alto e forte, como nos ensina o poema Não pararei de gritar, de Carlos de Assunção. 

Toda vez que vejo a resistência de Vinícius Júnior, trechos da música Mandume, de Emicida, começam a tocar na minha cabeça. Sim, Vinícius Júnior tem a bravura de um nobre leão. As hienas são os racistas. 

E Emicida, mais uma vez, está com a razão:

“Eles querem que alguém

Que vem de onde nós vem

Seja mais humilde, baixe a cabeça

Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda”.

A resistência de Vinícius Júnior é muito maior que qualquer prêmio forjado na lógica do pacto narcísico da branquitude (Bento, 2022). A grandeza de Vinícius Júnior, a meu ver, faz dele um símbolo, a exemplo de nomes como Sócrates, Muhammad Ali, e tantos outros atletas negros que ousaram erguer a voz e lutar contra o racismo e as opressões. Vinícius Júnior se tornou um gigante. 

Ela

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