A Inserção de Pessoas com TEA no Mercado de Trabalho
Alice Julian de Oliveira Sodré
Maria Clara de Carvalho Cunha Aguiar
Você já parou para pensar o que acontece com as pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) depois que terminam a escola? Pois é! Foi justamente isso que nos levou a iniciar este projeto. Tudo começou com uma pesquisa sobre como essas pessoas são incluídas no ambiente escolar, mas, com o tempo, fomos além e começamos a nos perguntar: e depois da escola? Como será a vida delas no mercado de trabalho? Esse é um assunto pouco discutido, inclusive nas próprias escolas, e por isso sentimos que era importante explorar mais.
O que sabemos sobre o TEA até os dias de hoje, é que ele é um transtorno de desenvolvimento neurológico que dificulta a organização de pensamentos, comunicação, os sentimentos e as emoções e quando falamos em inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, o cenário fica mais desafiador. Segundo pesquisas sobre o transtorno, pessoas com TEA podem ter habilidades únicas, como uma atenção excepcional aos detalhes, uma alta capacidade de concentração em tarefas específicas e um compromisso com o que fazem. No entanto, para que essas qualidades sejam valorizadas e aproveitadas, é essencial que o ambiente de trabalho seja adaptado e que haja uma compreensão das necessidades desses profissionais, como diz o artigo “Inclusão de pessoas com TEA” da faculdade de São Carlos que pode ser encontrado no Google Acadêmico ou até mesmo no site oficial da OMS. Algumas empresas já vêm aplicando programas de inclusão para pessoas com TEA, o que inclui desde treinamentos de conscientização para os colegas de trabalho até ajustes na rotina e na forma de comunicação.
Foi em fevereiro deste ano que começamos a investigar. Nosso objetivo principal é chamar atenção para essa questão e ajudar a sociedade a entender mais sobre o tema. Queremos que as pessoas com TEA tenham mais oportunidades de trabalho, que se sintam bem acolhidas nas empresas e possam ser valorizadas pelo que têm de melhor. Para isso, começamos estudando o que já existe de informação sobre o tema, tentando entender os desafios e buscando maneiras de combater a discriminação.
Ao longo da pesquisa, descobrimos que existem algumas leis que ajudam na inclusão, como as cotas de emprego para pessoas com TEA e benefícios para incentivar a contratação. A Lei de Cotas funciona da seguinte maneira: empresas de a partir de 100 funcionários precisam ter 1% de trabalhadores com habilidades especiais, empresas de 200 funcionários, com 2%, e assim por diante. A instituição que não seguir essa regra recebe uma multa de até R$ 300 mil, tal consequência está prevista no artigo 8º da Lei 7.853. Mas também encontramos várias barreiras que dificultam essa inclusão. O preconceito, por exemplo, é um dos principais problemas, fazendo com que muitas pessoas com TEA percam oportunidades ou até desistam de procurar emprego. Outro desafio é a falta de diagnóstico, que impede muitas pessoas de conhecerem e acessarem seus direitos. Além disso, percebemos que falta fiscalização para garantir que as leis realmente sejam cumpridas.
Essas conquistas nos mostram que estamos no caminho certo. Queremos uma sociedade onde as pessoas com TEA tenham mais espaço e oportunidades para mostrar suas habilidades no mercado de trabalho. E esse é só o começo!