A Força da Bienal Mineira do Livro para o Imaginário Leitor das Infâncias e Juventudes de Belo Horizonte (MG)
Paulo Henrique de Souza
“Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar.”
Rubem Alves
A Bienal Mineira do Livro é um dos eventos culturais mais significativos de Belo Horizonte, fortalecendo o acesso à literatura e transformando o imaginário de crianças e jovens por meio do encontro com livros, autores, contadores/as de histórias e debates essenciais. Além de celebrar a leitura, a feira promove uma educação antirracista, inclusiva e crítica, contribuindo para a formação de leitores conscientes e criativos.
Um dos maiores impactos da Bienal é a proximidade entre escritores e o público jovem. Crianças e adolescentes têm a oportunidade de conversar com autores de suas obras favoritas, descobrindo os processos criativos por trás das narrativas. Esse contato humaniza a figura do escritor, mostrando que a literatura é um espaço acessível e vivo.
Além disso, as contadoras de histórias encantam os pequenos leitores, transformando palavras em experiências sensoriais e afetivas. A oralidade, tão importante na tradição cultural brasileira, ganha força nesses momentos, despertando o prazer pela leitura e pela escuta atenta.
A Bienal Mineira do Livro é um espaço de celebração da diversidade, apresentando obras que refletem diferentes realidades, culturas e identidades. Livros com protagonistas negros, indígenas, LGBTQIAP+ e periféricos permitem que crianças e jovens se vejam nas histórias, fortalecendo sua autoestima e empatia.
A divulgação da educação antirracista é um dos pilares do evento, com debates, lançamentos e oficinas que discutem representatividade, combate ao preconceito e valorização da cultura afro-brasileira. Essas iniciativas são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, decolonial e igualitária.
Além do entretenimento, a Bienal estimulou o pensamento crítico por meio de discussões sobre temas contemporâneos, como sustentabilidade, direitos humanos e equidade de gênero. Jovens leitores são convidados a refletir sobre seu papel no mundo, tornando-se cidadãos mais conscientes e participativos.
A força da Bienal Mineira do Livro se amplifica graças ao trabalho intersetorial entre educação, cultura, assistência social e organizações não governamentais. Escolas públicas e privadas participam ativamente, integrando a programação ao currículo pedagógico. Bibliotecas comunitárias e coletivos literários levam a feira para além dos espaços físicos do evento, garantindo acesso democrático ao livro.
Parcerias com secretarias municipais e estaduais permitem a oferta de transporte gratuito para estudantes de regiões periféricas, assegurando que a Bienal não seja um privilégio, mas um direito de todos. Além disso, projetos sociais e editorias independentes encontram na feira um espaço de visibilidade, fortalecendo a cadeia produtiva do livro e fomentando a economia criativa local.
A cada edição, a Bienal consolida seu papel como agente de mudança na vida dos belo-horizontinos. Ao proporcionar acesso à cultura, diversidade e reflexão, ela não apenas forma leitores, mas cidadãos mais humanos, criativos e críticos. O apoio intersetorial é fundamental para que esse impacto seja ampliado, garantindo que a literatura chegue a todos os cantos da cidade. Que essa força literária continue a inspirar gerações, fazendo de BH uma cidade cada vez mais rica em histórias e possibilidades.